sexta-feira, 29 de junho de 2018

MARK TWAIN


Descrição do livro

Tom Sawyer é uma criança livre, frenética, ávida pelo novo. Para viver uma aventura, é capaz de criar mentiras mirabolantes e sustentá-las para encobrir seus erros. Nesta obra somos testemunhas de um amadurecimento, com todas as dores e alegrias que estão guardadas no caminho do personagem. Não à toa, Mark Twain resgatou suas próprias lembranças e escreveu este clássico baseado na sua realidade de infância e nas pessoas que conheceu. As aventuras de Tom Sawyer (1876) é um resumo do cotidiano do norte-americano do século XIX; as mentalidades predominantes e as leis que regiam a vida na época estão escancaradas nessa história.


Descrição do livro

O Estranho Misterioso – Se suas obras mais conhecidas — As aventuras de Tom Sawyer (1876) e Huckleberry Finn (1884) — conservam aquele estilo de prosa humorística, o mesmo já não se pode dizer de O estranho misterioso, que ele escreveu no fim da vida e que só foi publicado em 1916.
Mais do que um romance de aventuras e totalmente diferente de suas obras “juvenis” e “humoristas”, O estranho misterioso é um livro da maturidade, universalista, uma perturbadora indagação sobre a natureza do ser humano.
Neste livro, Mark Twain nos leva para a Idade Média, numa pequena aldeia adormecida e apartada do mundo, onde surge um “estranho misterioso” que desafia a ordem estabelecida e se mostra capaz de realizar magias e proezas, ler mentes, ver passado e futuro, tornar-se invisível e mudar o destino das pessoas.


Descrição do livro

Para se livrar do pai bêbado e violento, Huckleberry Finn, amigo de Tom Sawyer, se refugia em uma pequena ilha do rio Mississippi, onde se alia com Jim, um escravo fugido. Em busca de liberdade, a inusitada dupla se lança numa viagem pelo leito do rio, às margens da sociedade pré-Guerra Civil.


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ANA MARIA MACHADO


Descrição do livro

A Audácia dessa Mulher – Como num jogo de caixas que se abrem e revelam outras caixinhas, vão surgindo ao longo do texto novos enredos, sempre com personagens marcantes e vivos. É o dono do restaurante que coleciona receitas, a autora de livros de viagens, o bancário que não quer que a noiva trabalhe, o aprendiz de roteirista, o analista de sistemas que trabalha com meninos de favela, o diretor de televisão que faz das pessoas seus ratinhos de laboratório e muito mais.


Descrisão do livro
Contos, de Ana Maria Machado apresenta aqui quatro textos curtos inéditos. Em comum, eles tratam de relações familiares: um pai e um filho se reencontram com o passado num restaurante no Canadá; uma filha tenta convencer o pai a aceitar seu casamento com um homem casado anteriormente; uma avó conta histórias para os netos.


ADÉLIA PRADO


Descrição do livro

BAGAGEM, primeiro livro de Adélia Prado, mostra em suas páginas o talento que faria da escritora uma das mais aclamadas poetisas da literatura brasileira, com um estilo que contrasta a leveza das palavras com a força dos sentimentos. Os poemas, no entanto, percorreram longo caminho antes que pudessem ser apreciados pelo público. Mesmo escrevendo sonetos desde os 14 anos, a severa autocrítica da autora afastou os leitores desses textos repletos de entusiasmo e descoberta pela criação literária. “Tudo que eu escrevi até Bagagem não tem nenhum valor literário. São coisas que têm importância para mim, afetiva, de um bom tempo de minha vida”, explica. Publicado originalmente em 1976, BAGAGEM foi lido e recebido com empolgação por Carlos Drummond de Andrade, um dos entusiastas da obra de Adélia e que indicou sua publicação. O livro traz textos repletos de emoções que, para a autora, são inseparáveis da criação, ainda que nascidas, muitas vezes, do sofrimento. O sentido de religiosidade também está presente em grande parte dos poemas, retratando parte da realidade da vida no interior do Brasil. Muitas vezes, Adélia opta por expor conflitos entre o sagrado e o profano, observados a partir de coisas simples da natureza ou até mesmo da leitura de um texto religioso. Os poemas de BAGAGEM nasceram de um período em que Adélia escrevia incessantemente. “Os poemas praticamente irromperam, apareceram cargas e sobrecargas de poemas. Eu escrevia muito nesse período”, confessa a autora. Apesar de muitos e variados, abordando temas tão diversos quanto o amor carnal, o amor divino, a vocação do poeta, as cores e as dores da vida, os textos possuem uma unidade, uma fala peculiar. “Entre outros títulos que me ocorreram, Bagagem era o que resumia, para mim, aquilo que não posso deixar ou esquecer em casa. A própria poesia”, finaliza Adélia.poe

Descrição do livro

Quero minha mãe traz uma narrativa fragmentada, com pequenos instantes recortados da vida e da consciência da personagem. Cada pedaço ou momento apresenta uma perspectiva nova da protagonista, por meio de uma linguagem que entremeia o cotidiano, a subjetividade da personagem e os fatos narrados.

Descrição do livro

“Na cama larga e fresca um apetite de desespero no meu corpo. Uivo entre duas mós. Uivo o quê? A mão de Deus que me mói e me larga na treva. Na boca de barro, barro. Quando era jovem pedia cruz e ladrões pra guarnecer meus flancos. Deus era fora de mim. Hoje peço ao homem deitado do meu lado: me deixa encostar em você pra ver se eu durmo.”


segunda-feira, 18 de junho de 2018

MIA COUTO



Descrição do livro


Numa pequena cidade do Moçambique colonial a violência sustenta um mundo dividido – o dos naturais, em baixo, e, sobre ele, o peso do opressor. De súbito, lá longe, na capital do Império, a terra treme, o pilar da sustentação abate-se, e na pequena cidade colonial o efeito é catastrófico. Das profundezas ergue-se o novo mundo. Do velho salvar-se-á alguém?

Descrição do livro


O romance é narrado pelo carpinteiro Ermelindo Mucanga, que morreu às vésperas da Independência, quando trabalhava nas obras de restauro da Fortaleza de S. Nicolau, onde funciona um asilo para velhos. Ele é um “xipoco”, um fantasma que vive numa cova sob a árvore de frangipani na varanda da fortaleza colonial. As autoridades do país querem transformar Mucanga em herói nacional, mas ele pretende, ao contrário, morrer definitivamente. Para tanto, precisa “remorrer”. Então, seguindo conselho de seu pangolim (uma espécie de tamanduá africano), encarna no inspetor de polícia Izidine Naíta, que está a caminho da Fortaleza para investigar a morte do diretor. Mais de vinte anos depois da independência de Moçambique, quando a guerra civil já arrefeceu, a Fortaleza é um lugar em que convergem heranças, memórias e contradições de um país novo e ao mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. Da sua varanda se pode enxergar o horizonte. O romance de Mia Couto esboça, assim, uma saída utópica para um país em reconstrução

Descriçao do livro

 Antes de nascer o mundo – Jesusalém, ermo encravado na savana, em Moçambique, abriga cinco almas apartadas das gentes e cidades do mundo. Ali, ensaiam um arremedo de vida – Silvestre e seus dois filhos, Mwanito e Ntunzi, mais o Tio Aproximado e o serviçal Zacaria. O passado para eles é pura negação recortada em torno da figura da mãe morta em circunstâncias misteriosas. E o futuro se afigura inexistente. Silvestre afança aos filhos e ao criado que o mundo acabou e que a mulher – qualquer mulher – é a desgraça dos homens. Mas um belo dia os donos do mundo voltarão para reivindicar a terra de Jesusalém. E não só isso – uma bela mulher também virá para agitar a inércia dos dias solitários daqueles homens.


Descriçao do livro

Mia Couto é um escritor moçambicano, que revela nesta obra, extrema sensibilidade e percepção do sofrimento humano, da discriminação e da cultura afro. Amiúde, vai revelando ao leitor um perfil do tio Geguê.
O autor toca o leitor com insights como este: “História de um homem é sempre mal contada. Porque a pessoa é, em todo o tempo, ainda nascente. Ninguém segue uma única vida, todos se multiplicam em diversos e transmutáveis homens”

Descrição do livro
Do universo de Mia Couto nasce este Mar me Quer, estória de Zeca e Luarmina. Das viagens pela infância, do contacto com o mar, de regressos ao passado se constrói uma narrativa singular.
Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a falecer. – Levanta, ó dono das preguiças. É o mando de minha vizinha, a mulata Dona Luarmina. Eu respondo: -Preguiçoso? Eu ando é a embranquecer as palmas das mãos. -Conversa de malandro… – Sabe uma coisa, Dona Luarmina? O trabalho é que escureceu o pobre do preto. E, afora isso, eu só presto é para viver… Ela ri com aquele modo apagado dela. A gorda Luarmina sorri só para dar rosto à tristeza. – Você, Zeca Perpétuo, até parece mulher… – Mulher, eu? – Sim, mulher é que senta em esteira. Você é o único homem que eu vi sentar na esteira. – Que quer vizinha? Cadeira não dá jeito para dormir. Ela se afasta, pesada como pelicano, abanando a cabeça. Minha vizinha reclama não haver homem com miolo tão miúdo como eu. Diz que nunca viu pescador deixar escapar tanta maré:
– Mas você, Zeca: é que nem faz ideia da vida. – A vida, Dona Luarmina? A vida é tão simples que ninguém a entende. É como dizia meu avô Celestiano sobre pensarmos Deus ou não Deus…
Além disso, pensar traz muita pedra e pouco caminho. Por isso eu, um reformado do mar o que me resta fazer? Dispensado de pescar, me dispenso de pensar. Aprendi nos muitos anos de pescaria: o tempo anda por ondas. A gente tem é que ficar levezinho e sempre apanha boleia numa dessas ondeações. – Não é verdade, Dona Luarmina? A senhora sabe essas línguas da nossa gente. Me diga, minha Dona: qual é a palavra para dizer futuro? Sim, como se diz futuro? Não se diz, na língua deste lugar de África. Sim, porque futuro é uma coisa que existindo nunca chega a haver. Então eu me suficiento do actual presente. E basta. – Só eu quero é ser um homem bom, Dona. – Você é mas é um aldrabom.
500_9789722113748_mar_me_querA gorda mulata não quer amolecer conversa. E tem razão, sendo minha vizinha desde há tanto. Ela chegou ao bairro depois da morte de meus pais, quando herdei a velha casa da família. Nessa altura, eu ainda pescava em longas viagens, semanas de ausência nos bancos de Sofala. Nem notava a existência de Luarmina. Também ela, logo que desembarcou, se internou na Missão, em estágio para freira. Ficou enclausurada nessas penumbras onde se murmura conversa com Deus. Só uns anos mais tarde ela saiu dessa reclusão. E se instalou na casa que os padres lhe destinaram, bem junto à minha morada. Luarmina costureirava, era seu sustento. Nos primeiros tempos, ela continuava sem se dar às vistas. Só as mulheres que entravam em seus domínios é que lhe davam conta. No resto, me chegavam apenas os perfumes de sua sombra. Um dia o padre Nunes me falou de Luarmina, seus brumosos passados. O pai era um grego, um desses pescadores que arrumou rede em costas de Moçambique, do lado de 1á da baía de S. Vicente. Já se antigamentara há muito. A mãe morreu pouco tempo depois. Dizem que de desgosto. Não devido da viuvez, mas por causa da beleza da filha. Ao que parece, Luarmina endoidava os homens graúdos que abutreavam em redor da casa. A senhora maldizia a perfeição de sua filha. Diz-se que, enlouquecida, certa noite intentou de golpear o rosto de Luarmina. Só para a esfeiar e, assim, afastar os candidatos.
Depois da morte da mãe, enviaram Luarmina para o lado de cá, para ela se amoldar na Missão, entregue a reza e crucifixo. Havia que arrumar a moça por fora, engomá-la por dentro. E foi assim que ela se dedicou a linhas, agulhas e dedais. Até se transferir para sua actual moradia, nos arredores de minha existência.
Só bem depois de me retirar das pescarias é que dei por mim a encostar desejos na vizinha. Comecei por cartas, mensagens à distância. À custa de minhas insistências namoradeiras Luarmina já aprendera as mil defesas. Ela sempre me desfazia os favores, negando-se. – Me deixa sossegada, Zeca. Não vê que eu já não desengomo lençol? – Que ideia, Dona vizinha? Quem lhe disse que eu tinha essa intenção? Todavia, ela tem razão. Minhas visitas são para lhe caçar um descuido na existência beliscar-lhe uma ternura. Só sonho sempre o mesmo: me embrulhar com ela, arrastado por essa grande onda que nos faz inexistir. Ela resiste, mas eu volto sempre ao lugar dela. – Dona Luarmina, o que é isso? Parece ficou mesmo freira. Um dia, quando o amor lhe chegar, você nem o vai reconhecer… – Deixe-me, Zeca. Eu sou velha, só preciso é um ombro.
Confirmando esse atestado de inutensílio, ela esfrega os joelhos como se fossem eles os culpados do seu cansaço. As pernas dela da maneira como incham, dificultam as vias do sangue. Lhe icebergam os pés, a gente toca e são blocos de gelo. E ela sempre se queixa. Um dia aproveitei para me oferecer: – Quer que lhe aqueça os pés? Arrepiando expectativa, ela até aceitou. Até eu fiquei assim, meio desfisgado, o coração atropelando o peito. – Me aquece, Zeca? – Sim, aqueço mas… pela parte de dentro.
Excerto do livro “Mar Me Quer“, de Mia Couto (Editorial Caminho)
«Meu passado me pesa: minha infância morreu cedo, eu tive que carregar esse peso morto em minha vida. Aos seis anos tomei lugar de meu avô no barco, dois anos depois meu pai perdia o juízo e saía de casa, cego e louco. Minha mãe, antes de morrer, me entregou na igreja. O padre português Jacinto Nunes me educou em preceito de Deus e livro. Mas eu queria regressar ao mar e cedo troquei livro por rede. Sempre entregando muito, recebendo pouco. Meu avô Celestiano culpava meu pai dessa má sorte.

Descrição do livro

Primeiro livro da trilogia As areias do Imperador, Mulheres de cinzas é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, o último grande líder do Estado de Gaza. Em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para participar da batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Lá, ele encontra Imani, uma garota local de quinze anos que lhe servirá de intérprete. Enquanto um dos irmãos da menina lutava pela coroa de Portugal, o outro se uniu aos guerreiros tribais. Aos poucos, Germano e Imani se envolvem, apesar de todas as diferenças entre seus mundos. Porém, num país assombrado pela guerra dos homens, a única saída para uma mulher é passar desapercebida, como se fosse feita de sombras ou de cinzas.


Descrição do livro 


“A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas .” São sempre tantas as missangas. É assim que o donjuanesco personagem do conto O fio e as missangas define a sua existência. Fazendo jus a essa delicada metáfora, cada uma das 29 histórias aqui agrupadas alia sua carga poética singular à forma abrangente do livro como um todo vale dizer, ao colar em questão. Com um texto de intensidade ficcional e condensação formal raras na literatura contemporânea, Mia Couto demora-se em lirismos que a sua maestria de ourives da língua consegue extrair de uma escrita simples, calcada em grande parte na fala do homem da sua terra, Moçambique, um pouco à maneira de Guimarães Rosa, ídolo confesso do autor.
A brevidade das pequenas tramas e sua aparente desimportância épica estão focadas na contemplação de situações, de personagens, ou de simples estados de espírito plenos de significados implícitos, procedimento típico da poesia. Os neologismos do autor, a que os leitores já se habituaram, para além de mera experimentação formalista revelam-se chaves fundamentais de interpretação da leitura. Não por acaso, a maioria dos contos de O fio das missangas adentram com fina sensibilidade o universo feminino, dando voz e tessitura a almas condenadas à não-existência, ao esquecimento. Como objetos descartados, uma vez esgotado seu valor de uso, as mulheres são aqui equiparadas ora a uma saia velha, ora a um cesto de comida, ora, justamente, a um fio de missangas. Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida, diz a narradora de uma dessas belíssimas missangas literárias.

Descrição do livro


Este novo romance do moçambicano Mia Couto faz um retrato poético, alegórico e também crítico da Moçambique contemporânea. A imagem de uma santa católica que encanta e perturba todos os que dela se aproximam é o centro de uma trama dividida em dois momentos históricos, ligados por questões étnicas, religiosas e de destino familiar.
Num deles, o jesuíta Gonçalo da Silveira parte de Goa, na Índia, em 1560, com a missão de converter ao cristianismo o imperador do Reino do Ouro, ou Monomotapa, situado na região fronteiriça entre os atuais Zimbábue e Moçambique. Segue com ele uma imagem de Nossa Senhora, a que os escravos da nau portuguesa chamam de Kianda, uma divindade das águas, e os africanos tratam por Nzuzu, a rainha das águas doces. As relações de sincretismo religioso e choque cultural entre portugueses, indianos e africanos conduzem ao segundo momento histórico.
Em 2002, dez anos depois dos acordos de paz entre governo e forças rebeldes, Moçambique é um país em recuperação. Um pastor e sua mulher, Mwadia Malunga, encontram a imagem de Nossa Senhora nas margens de um rio da pequena localidade de Antigamente. O curandeiro do lugar diz que eles conspurcaram o espírito do rio e correm grande perigo. Mwadia decide então voltar a Vila Longe, onde deixara a família, para abrigar a estátua.

Descrição do livro
Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal.
Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.
 Descrição do livro

O estudante universitário Marianinho volta à ilha de Luar-do-Chão depois de anos de ausência. Seu retorno é um imperativo: ele fora incumbido de comandar as cerimônias fúnebres do avô Dito Mariano, de quem recebera o mesmo nome. Neto favorito do patriarca, o rapaz chega à ilha e se vê no centro de uma série de intrigas e de segredos familiares, que envolvem seu pai, Fulano Malta, a avó Dulcineusa, os tios Abstinêncio, Ultímio e Admirança, e também as nebulosas circunstâncias em torno da morte de sua mãe, Mariavilhosa.


Marianinho logo descobre que o falecimento do avô permanece estranhamente incompleto e esconde desígnios que escapam à força dos homens – como tudo nessa enigmática Luar-do Chão.
O moçambicano Mia Couto é um dos mais importantes autores africanos de hoje. Neste romance, a situação de conflito entre a deriva da África pós- colonial e o arraigamento das tradições ganha retrato exemplar numa saga familiar poética e fantástica.
Descrição do livro 


Em ‘A confissão da leoa’, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam. Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente. O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia.
Descrição do livro
Em doze pequenos contos, um rol de personagens esfarrapados e alheios ao palco principal dos acontecimentos narra, de seu ponto de vista marginal, histórias que flertam com o mágico e com o absurdo sem, no entanto, desviar-se completamente do plano factual. Em ‘As baleias de Quissico’, Jossias aguarda a chegada de um animal marinho de cuja boca, acredita, brotará ‘amendoim, carne, azeite de oliva e bacalhau’. Mas como saber se o animal existe, se ele jamais viu uma baleia? O enorme monstro que aporta sem ser visto pode ser tanto o misterioso ‘peixe grande’ como um submarino carregado de armamentos ilegais. Jossias prefere acreditar no sonho e, como ele, outros personagens de ‘Vozes Anoitecidas’ encontram mais razão na fantasia que na lógica da guerra e da privação. Ao promover uma espécie de vertigem, sob efeito da qual não se pode afirmar se uma narrativa é absurda ou se absurda é a realidade de que ela trata, o autor apresenta a perplexidade como ponto de partida para o fazer literário.

Descrição do livro

Bartolomeu Sozinho é um velho mecânico naval moçambicano, aposentado do trabalho, mas não dos sonhos ardentes e dos pesadelos ressentidos que elabora em seu escuro quarto de doente terminal. Ele é atendido em domicílio por Sidónio Rosa,
médico português.
A narrativa entrelaça a vida de Bartolomeu, de sua rancorosa mulher, Munda, da ausente e quase mitológica Deolinda, filha do casal, do dedicado Doutor “Sidonho”, bem como de Suacelência, o suarento e corrupto administrador de Vila Cacimba,
um lugarejo imerso em poeira e cacimbas (neblinas) enganadoras. São vidas feitas de mentiras e ilusões que tornam difícil diferenciar o sonho da realidade.
Aparentemente,Sidónio veio de Lisboa para curar a vila de uma epidemia. Mas é o amor pela desaparecida Deolinda, por quem se apaixonara em Lisboa, que impulsiona seus passos mais íntimos. Quando Deolinda voltou para sua terra natal, Sidónio viu-se teleguiado pelo sonho de reencontrá-la. Mas Vila Cacimba não é o lugar do médico, nem poderá ser jamais.
Descrição do livro

Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe. Quando chegou à dobra do horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro com as duas mãos, com mil cuidados. O planeta era leve como uma baloa.
Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. O mar se encrispou, o barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar cobriram o areal. A menina se pôs a andar ao contrário em todas as direcções, para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e chamou:
— Pai!
Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra. Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água sangrava? O sangue se aguava? E foi assim. Essa foi uma vez.
Descrição do livro


Mia Couto selecionou 38 textos, publicados originalmente em jornais e revistas ao longo dos últimos anos, para esta coletânea que chamou de Na berma de nenhuma estrada. Nestes contos, cada novo encontro com a sua escrita significa uma viagem que não queremos ver terminar. A intensidade das personagens, a multiplicidade de registros em que as várias tramas ocorrem, o universo do fantástico e do sobrenatural coexistindo em perfeita sintonia com o cotidiano da tradição, da cultura e da vivência; a capacidade de fabulação e a oralidade sonora da palavra escrita são encantatórias e misteriosas. Compõem esta seleta contos como “Fosforescências”, “O fazedor de luzes” e “Os amores de Alminha”.


Descrição do livro
Estórias Abensonhadas – Este livro apresenta ao leitor o imaginário moçambicano. São histórias sobre o renascer do país, depois da assinatura do Acordo de Paz. Reúne contos, alguns já publicados em jornal. Na obra se reconhece o trabalho de recriação da linguagem, o aproveitamento literário da fala popular moçambicana e o exercício da poesia.
Descrição do livro

 E se Obama fosse africano? reúne o que Mia Couto chama de “interinvenções”, neologismo que expressa bem o sentido destes artigos, quase todos transcrições de palestras proferidas pelo autor em eventos na África, na Europa e no Brasil. Neles, o autor aborda de modo corajoso e criativo os principais impasses da África contemporânea. Temas como a corrupção, o autoritarismo, a ignorância, os ódios raciais e religiosos, mas também a riqueza da tradição oral e das culturas locais, o vigor artístico, as relações complexas entre o português e as línguas nativas, a influência de Jorge Amado e Guimarães Rosa sobre a literatura luso-africana, tudo isso é tratado com rigor intelectual, imaginação poética e humor por um dos maiores escritores de nossa época. Longe do discurso árido dos acadêmicos e da retórica demagógica dos políticos, o autor, que é também biólogo, passeia pelos assuntos com habilidade de ficcionista, entremeando os dados objetivos de sua análise a lembranças pessoais e referências literárias, numa prosa calorosa e envolvente. Nesses exercícios de militância intelectual, o autor mostra que a inteligência crítica e a fantasia poética são fortes aliadas para a compreensão e a transformação do mundo.


Descrição do livro

Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra
civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-
1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992.
O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que
abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente:
a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback,o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais,
abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.
“Terra Sonâmbula” – considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras – é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa.
Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela
fábula.

Descrição do livro

Os dezessete contos desta antologia foram escritos em fases distintas da carreira do escritor Mia Couto e compõem um panorama surpreendente do universo infantil em Moçambique. Acostumados a reconhecer nos povos africanos a violência e a miséria, o leitor encontrará nessa seleção uma delicadeza que não se vê nos relatos oficiais. As histórias selecionadas mostram a complexidade que move as relações familiares, a orfandade em um país que viveu por anos em guerra, a realidade das crianças submetidas ao trabalho infantil e os resquícios da luta pela independência. Mia Couto é um prosador bastante sensível às complexidades da vida e um escritor que constrói as narrativas inspiradas na linguagem oral, revelando a sua influência e admiração pelo nosso Guimarães Rosa, sem contar a presença do fantástico e do religioso em suas histórias

quinta-feira, 7 de junho de 2018

MARIA CLARA MACHADO



Descrição do livro

Este livro traz histórias de grandes escritores de nossa língua, na seleção de Maria Clara Machado – Hernâni Donato, José Lins do Rego, Jorge de Lima, Graciliano Ramos, Viriato Corrêa e Maria Clara Machado.
Contos neste livro:
• Pinto-calçudo descobre a Bahia – Virginia Valli
• O mistério do pólo – Lúcia Machado de Almeida
• O jabuti, a anta e a onça – Hernâni Donato
• A sabatina da tabuada – Viriato Correa
• A cobra que era uma princesa – José Lins do Rego
• As boras-de-sete-léguas – Monteiro Lobato
• A terra dos meninos pelados – Graciliano Ramos
• Celebridade de Malasarte – Jorge de Lima
• As saúvas brigonas – Elza Bebiano
• O cavalinho azul – Maria Clara Machado


EU SOU MALALA

  MALALA YOUSAFZAI Descrição do livro Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-...