quarta-feira, 3 de outubro de 2018

WILLIAM HJORTSBERG





Descrição do livro

Coração Satânico se passa em Nova York, em 1959. Harry Angel é um detetive particular contratado para encontrar Johnny Favorite, um músico famoso que desaparecera após a Segunda Guerra Mundial. Psicologicamente transtornado com os campos de batalha, Johnny retornaria aos Estados Unidos em estado catatônico. Dias depois, ele some do hospital de veteranos, sem deixar rastros. O caso leva Harry Angel a se envolver com seguidores do vodu, assassinos e um cliente que não ousa perdoar velhas dívidas. Pronto. Você não precisa de mais informações, muito menos de spoilers. Se você não sabe ou não se lembra muito bem do que acontece com Harry Angel, faça como o próprio: investigue. As pistas estão no livro em edição demoníaca que a DarkSide Books tem o prazer de lançar em 2017. E aos fãs que esperaram tanto tempo para reencontrar o Coração Satânico, é chegada a hora de reviver esta grande história.

Aluna:Ana julia 8D





quarta-feira, 25 de julho de 2018

JAKE KNAPP

Descrição do livro

Como inovar? Por onde começar? Como formar uma boa equipe? Que forma terá uma ideia quando for colocada em prática? São muitas as perguntas que martelam na cabeça de quem precisa tirar ideias do papel, mas já existe um caminho infalível para responder a todas elas rapidamente: o sprint.
Método criado pelo designer Jake Knapp no período em que ele trabalhava no Google, era usado para tudo na empresa, do aperfeiçoamento do mecanismo de buscas ao Google Hangouts, com o foco em desenvolver e testar ideias em apenas cinco dias. Knapp se juntou mais tarde a Braden Kowitz e John Zeratsky no Google Ventures, braço da companhia dedicado ao investimento em novos negócios, e juntos eles conduziram e completaram mais de cem sprints em empresas de telefonia, e-commerce, saúde, finanças e muito mais.
Sprint serve para equipes de todos os tamanhos, de pequenas startups até os maiores conglomerados, e pode ser aplicado por qualquer um que tenha uma grande oportunidade, problema ou ideia e precise começar a trabalhar já.

ADAM GRANT


Descrição do livro

Primeiro lugar na lista do The New York Times.
“Um dos meus pensadores favoritos, Grant traz uma análise inovadora e perspicaz sobre o mundo.” – Malcolm Gladwell
“Pesquisas recentes, insights que contrariam o senso comum, escrita cativante, ações claras para serem colocadas em prática… Adam Grant merece sua reputação de mente original.” – The Financial Times
“Deveria compor a lista de leituras obrigatórias de todas as empresas.” – Wired.com
Qual é o segredo das pessoas originais? Será que a criatividade é uma qualidade inata ou uma habilidade que pode ser estimulada ou mesmo aprendida? Em seu novo livro, Adam Grant desmistifica muitas das crenças que existem em torno das mentes criativas.
Ele recorre a uma série de estudos e histórias reais envolvendo o mundo dos negócios, a política, os esportes e o universo do entretenimento para mostrar como qualquer pessoa pode aprimorar sua criatividade, tornar-se capaz de identificar e defender ideias verdadeiramente originais, combater o conformismo e romper com tradições obsoletas.
Você vai conhecer as técnicas bem-sucedidas aplicadas por profissionais que ousaram remar contra a maré e levar seus projetos adiante, como uma funcionária da Apple que desafiou Steve Jobs estando três níveis hierárquicos abaixo dele, uma analista que derrubou a política de sigilo da CIA, um bilionário mago das finanças que demite os funcionários incapazes de criticá-lo e um executivo de TV que impediu que a série Seinfeld fosse cancelada logo no início apesar das pesquisas de opinião desfavoráveis.
Adam Grant demonstra como a originalidade pode ser impulsionada, indicando a melhor forma de se expressar sem ser silenciado, como conquistar aliados em ambientes improváveis, escolher o momento certo de agir e lidar com o medo e a insegurança.
Além disso, comenta como pais e professores podem estimular a criatividade nas crianças e o que os líderes podem fazer para estabelecer uma cultura que promova a divergência de opiniões.

Descrição do livro

Em Dar e receber, Adam Grant, pesquisador e professor da Wharton School, reúne suas conclusões sobre os motivos pelos quais algumas pessoas chegam ao topo da escala de sucesso, enquanto outras permanecem na mediocridade.

TONY BUZAN

Descrição do livro

Com Mapas Mentais e métodos revolucionários, você aprenderá como melhorar a memória, o QI, a criatividade e as habilidades de leitura e estudo — todos os aspectos do poder cerebral

sexta-feira, 6 de julho de 2018

FERNANDO PESSOA


Descrição do livro

Depois do baile de Carnaval, numa rua cheia de luar, o Diabo fala com Maria, para quem este é apenas um rapaz mascarado de Mefistófeles. Autodenominando-se “Deus da Imaginação”, a quem Maria deve os seus pensamentos com o Príncipe Encantado, bem como os seus sonhos com o Homem Perfeito ou o amante interminável, o Diabo descreve-lhe as suas melhores criações, o luar e a ironia, explicando-lhe como os crentes tremem do seu nome e as igrejas o abominam. Mas, em vez de impressionar Maria, esta demonstra-lhe a imensa pena que por si sente, e observa a expressão de angústia que perpassa pelo rosto e olhos do homem vermelho, ao deixar de súbito cair o braço que enlaçava o dela.
Refere Teresa Rita Lopes, no posfácio a esta obra, que A Hora do Diabo, juntamente com Fausto, o poema dramático que Pessoa foi escrevendo ao longo da vida, é um dos mais longínquos projectos do jovem Pessoa, correspondendo este texto, não a uma curiosidade literária, mas a um tema que o poeta sempre desejou desenvolver.

Descrição do livro

‘Aforismos e afins’ traz à tona a vertente de exímio frasista do poeta português. Esta edição, que mantém a ortografia portuguesa original, é resultado de um cuidadoso trabalho de estabelecimento de texto, e traz um breve aparato crítico que, embora preparado por um especialista – Richard Zenith -, não se distancia dos interesses do leitor comum. Pessoa cultivou os aforismos ao longo de sua vida, e neles deixou transparecer toda a sua sagacidade, com a qual, por exemplo, foi capaz de definir algo tão complexo como a filosofia em apenas uma linha – ‘é a lucidez do intelectual chegando à loucura’. Mesmo as frases extraídas de obras consagradas, quando isoladas do contexto, carregam em si múltiplos significados, que transbordam para além de seu intuito original. Parece ser essa a idéia que o poeta expressa, na voz do heterônimo Bernardo Soares, quando diz que ‘Tudo quanto o homem expõe ou exprime é uma nota à margem de um texto apagado de todo. Mais ou menos, pelo sentido da nota, tiramos o sentido que havia de ser o do texto; mas sempre fica uma dúvida, e os sentidos possíveis são muitos.’

Descrição do livro

José Paulo Cavalcanti Filho tinha um objetivo quando iniciou sua biografia de Fernando Pessoa (1888-1935): descobrir quem era o “homem real” por trás do grande poeta português.
Após oito anos de pesquisa, o autor e advogado pernambucano acabou deparando-se não com um, mas com 127 “Pessoas”.
É esse o número de heterônimos do poeta catalogado pelo livro “Fernando Pessoa: Uma (quase) Biografia”, que Cavalcanti lança agora.
As múltiplas personas de Pessoa vão muito além de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, e superam também o que pensavam os especialistas.
Cavalcanti cita no livro que, no início dos anos 1990, eram conhecidos 72 heterônimos de Pessoa. O livro acrescentou 55.
O conceito de heterônimo que adotou é amplo e não se restringe à definição padrão: “nome imaginário que um criador identifica como o autor de suas obras e que apresenta tendências diferentes das desse criador”.
Inclui todos os nomes, tendo estilo próprio ou não, com os quais o poeta assinou seus textos. A decisão pode ser contestada, mas a intenção de Cavalcanti nunca foi fazer uma biografia convencional.
As excentricidades já começam pelo subtítulo: “Uma (quase) Autobiografia”.
O autor refere-se ao trabalho como o “livro que escrevi com meu amigo Pessoa”.
A “amizade” é das mais antigas. Começou em 1966, quando Cavalcanti leu “Tabacaria”, um dos principais poemas do autor.
A partir daí, viria a montar umas das principais coleções sobre vida e obra de Pessoa.
O poeta deixou mais de 30 mil páginas com anotações sobre si mesmo, literatura, família e fatos cotidianos.
Cavalcanti usou tantos trechos que chega a dizer que seu livro tem “mais frases de Pessoa do que minhas”.
“Mas não se trata”, explica, “de Pessoa falando sobre si, é a palavra de Pessoa falando sobre ele. Ou melhor: é o que quero dizer, mas por palavras dele”.
Cavalcanti foi ainda além: para dar unidade estilística ao texto, tentou escrever como Pessoa.
Reduziu os adjetivos e adotou outro hábito dele: o uso, em média, de três vírgulas antes de um ponto final.

Descrição do livro

Poemas Completos de Alberto Caeiro – Estes “Poemas completos” reúnem a obra de Fernando Pessoa sob o seu principal heterônimo — Alberto Caeiro —, a quem o poeta considera mestre não só seu, mas dos outros dois companheiros da grande tríade pessoana: Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

Descrição do livro

Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Descrição do livro

Antologia poética do heterônimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, que reúne toda composição poético assinada com o seu nome.
Ricardo Reis, o poeta epicurista, é um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando Pessoa que se demarca pela serenidade e a calma com que demonstra encarar a vida através dos seus poemas.
O poeta nasceu na mente de Fernando Pessoa em 1913 quando lhe veio à ideia escrever “uns poemas de índole pagã”. Do fruto dessa inspiração surgiu Ricardo Reis, um médico com talento para a poesia, amante da literatura clássica e defensor do preceito grego do “carpe diem” – o conceito filosófico que proclama o viver para o momento presente, centrado sobretudo no prazer pessoal.

Descrição do livro

Em 8 de março de 1914, aos 25 anos de idade, o poeta português Fernando Pessoa teve um insight e, naquilo que ele chamaria mais tarde de “dia triunfal”, criou seus três principais heterônimos: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Deu-lhes, além do nome, uma biografia, um biotipo e, sobretudo, uma obra e um estilo poético únicos. Trata-se do único caso de heteronímia de toda história da literatura universal. Álvaro de Campos era, segundo Pessoa, “o mais histericamente histérico de mim”; era engenheiro, usava monóculo, e o poeta escrevia sob o seu nome quando sentia um súbito impulso de escrever não sei o quê.” Campos é o heterônimo da modernidade, da euforia, da irreverência total a tudo e a todos, cultuador da liberdade, sedento por experimentar todas as sensações a um só tempo e profundamente influenciado por Walt Whitman. De sua lavra são os célebres versos de “Opiário”, “Ode trinfual”, “Lisbon revisited” e “Tabacaria” – este último considerado dos mais belos poemas da língua portuguesa.

Descrição do livro

O narrador principal (mas não exclusivo) das centenas de fragmentos que compõem este livro é o “semi-heterônimo” Bernardo Soares. Ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa, ele escreve sem encadeamento narrativo claro, sem fatos propriamente ditos e sem uma noção de tempo definida. Ainda assim, foi nesta obra que Fernando Pessoa mais se aproximou do gênero romance. Os temas não deixam de ser adequados a um diário íntimo: a elucidação de estados psíquicos, a descrição das coisas, através dos efeitos que elas exercem sobre a mente, reflexões e devaneios sobre a paixão, a moral, o conhecimento. “Dono do mundo em mim, como de terras que não posso trazer comigo”, escreve o narrador. Seu tom é sempre o de uma intimidade que não encontrará nunca o ponto de repouso.

Descrição do livro

Uma antologia de poemas de Fernando Pessoa e de seus heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, incluindo também a “Carta de Fernando Pessoa sobre a génese dos heterónimos” e as “Notas para a recordação do meu Mestre Caeiro”.

EDUARDO GALEANO


Descrição do livro
Os nascimentos é o primeiro volume da trilogia Memória do fogo.
Neste trabalho poético, histórico, épico, fantástico, Eduardo Galeano traça um painel vivo e emocionante da história latino-americana.
Escrito com maestria, os três livros que compőem esta Memória do fogo formam um inventário apaixonante da saga americana. Personagens, mitos, lendas, batalhas, vencedores e vencidos desfilam diante dos leitores em flashes carregados de lirismo e 
emoçăo.



Descrição do livro

Galeano tornou-se internacionalmente famoso com o livro Veias Abertas da América Latina, um verdadeiro clássico de denúncia da opressão e exploração da América Latina. Neste livro, temos uma magnífica prova da fascinante prosa de Galeano. Numa seleção de textos do próprio autor encontramos aqui textos que são uma verdadeira homenagem às mulheres – célebres e anônimas – da America Latina.

Descrição do livro

Acima do futebol está a lenda. Uma estranha magia se impõe ao esporte. E o jogo se transforma em saga, desperta paixões, cria mitos, heróis, glórias e tragédias. Exaltado pelas multidões, criou em seu lado sombrio um mundo à parte, onde envolve poderosíssimos interesses políticos e financeiros.Mas nada se sobrepõe ao encanto desta “festa pagã”. Para captar este fascinante universo de perdas e conquistas, Eduardo Galeano penetrou nas profundezas da história e das histórias que se passam dentro e fora das quatro linhas. Construiu este livro como um verdadeiro monumento à paixão. Através de sua prosa consagrada, tudo tem sabor. Pelé, Di Stéfano, Maradona, Zizinho, Didi, Garrincha, Obdúlio Varella o carrasco uruguaio de 1950 , o aranha negra Yachin, Leônidas, Platini, Domingos da Guia, Friedenreich e muitos outros craques são mostrados nos seus momentos de esplendor e desgraça.
Ágil, emotivo, este livro flui prazerosamente. Não é preciso ser um apaixonado da bola para apreciar esta saga. Basta se apreciar a grande literatura. (Site LP&M).

Descrição do livro

Em De pernas pro ar – A escola do mundo ao avesso, Eduardo Galeano provoca nossas emoções e nossas consciências, como já o fizera no clássico As veias abertas da América Latina no início da década de 70. Nestas páginas, que transitam pela ironia e, não raro pela indignação, desfilam uma enorme quantidade de fatos, eventos históricos e jornalísticos que comprovam que o mundo está, de fato, de pernas pro ar, refletindo a nossa incapacidade de harmonizar justiça e liberdade.Verdadeiro, generoso, lírico e às vezes cruel, este livro é um inventário da nossa dura, estranha e injusta realidade. Dono de uma obra emblemática e importante, Eduardo Galeano é um dos mais importantes escritores latino-americanos, com seu nome projetado em todo o mundo com traduções em mais de 20 línguas

Descrição do livro

Tratar a memória como coisa viva, bicho inquieto: assim faz Eduardo Galeano quando escreve. Sua memória pessoal e a nossa memória coletiva, da América. Quando escreve, ele mostra que a história pode – e deve – ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente sem a grandiloqüência dos heroísmos de gelo, mas com a grandeza da vida.
Assim é “O livro dos abraços”. Em suas andanças incessantes de caçador de histórias. Galeano vai ouvindo de tudo. O que de melhor ouviu ele transforma em livros como este, onde lembra como são grandes os pequenos momentos e como eles vão se abraçando, traçando a vida.

Descrição do livro

Este livro traz textos escritos no estilo impecável e inimitável de Eduardo Galeano: misto de reflexão, conto, artigo e ensaio. Com ironia e bom humor, abordam questões cruciais de nossa época no plano social, econômico, político, militar e ecológico. Os assuntos tratados são atualíssimos, como o Oriente Médio, o futuro da água no planeta, o terrorismo e a busca pela felicidade. Sempre cheio de verve e de compaixão, Galeano esmiúça a evolução e a história humana, mostrando por que é considerado um dos mais importantes e originais pensadores da atualidade.

Descrição do livro

Remontando a 1970, sua primeira edição, atualizada em 1977, quando a maioria dos países do continente padecia facinorosas ditaduras, este livro tornou-se um ‘clássico libertário’, um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que nela aportaram os europeus no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses, modernamente os norte-americanos, e o ancestral cenário permanece – a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação.

Descrição do livro

VagaMUNDO, veja bem!Vaga-mundo, vagando pelo mundo…. É disso que trata o pequeno – e intenso – livro de Eduardo Galeano. Das suas andanças pela vida, das pessoas que encontrou, dos lugares que conheceu, das dores pelas quais passou…..O jornalista e escritor uruguaio já é consagrado em seu país, na Argentina, Bolívia e tantos outros países sul-americanos. Mas é sempre bom conhecer e redescobrir bons pedaços da sua obra. INCANSÁVEL percorrer e vagar com Galeano




MARCO LUCCHESI

Descrição do livro

Na mitologia grega, Clio é uma das nove musas, filha de Zeus com Mnemósine, a deusa da memória. Ao dar seu nome a esta compilação de poemas, Marco Lucchesi define o tom do livro, no qual aborda a relação entre a poesia e história. Dividida em três partes – “Prólogo febril”, “Clio” e “Insônia” –, a edição é composta por poemas com versos curtos e incisivos que apontam para a imensidão do tempo, dos mares e à instabilidade das viagens e das noites insones.
Os poemas de “Prólogo febril” preparam o leitor para o que está por vir. A Índia surge como um destino vibrante, repleto de cores e vertigem. A febre anuncia o começo de uma jornada poética e provoca alterações na percepção. Os versos de “Clio” se voltam para o passado, no tempo das grandes navegações, uma viagem marítima repleta de incertezas e questionamentos. O narrador do poema, que se lança ao mar em busca de Dom Sebastião, se vê diante de outras questões: “Como chegar/ ao tempo-quando / de todos / os meus ondes?”.
Lucchesi recorre a termos antigos, sem abandonar o ritmo contemporâneo. Se por um lado o poeta considera a história como um esforço narrativo, repleto de ruído, a insônia é “filha do silêncio e do vazio”. Os poemas da segunda parte do livro tratam de esquecimento, de uma sensação de incerteza após a noite mal dormida. A musa da história é capaz de conduzir o poeta por geografias e tempos distantes e a provação do sono pode desnorteá-lo, mas essa desorientação também serve de matéria-prima para os poemas.

Descrição do livro

O Bibliotecário do Imperador – Livro de Marco Lucchesi mostra as intrigas do Rio de Janeiro na transição do Império para a República através da figura do último bibliotecário de dom Pedro II
Em seu novo livro, Marco Lucchesi revisita antigas paixões. Frequentador, pesquisador e curador de importantes exposições sobre o acervo da Biblioteca Nacional, o escritor homenageia a instituição e faz uma declaração de amor a todos os bibliófilos e leitores em O bibliotecário do imperador.
Lucchesi volta ao mesmo século XIX de O dom do crime, romance em que dialogava com a obra de Machado de Assis. Agora, seu personagem é Ignácio Augusto Cesar Raposo, bibliotecário de dom Pedro II. Este homem real, que foi testemunha dos bastidores do Palácio de Petrópolis e da Corte no Rio de Janeiro, é usado pelo autor como um fio-condutor, para que ele apresente as alterações no tabuleiro de poder e na vida cotidiana do Rio de Janeiro a partir da Proclamação da República.
O bibliotecário do imperador não é, no entanto, um romance histórico típico. A narrativa muito ágil e cheia de referências montada por Lucchesi funciona como um jogo, em que personagens reais, como Ignácio e Pedro II, se misturam a figuras fictícias, como o barão de Jurujuba. O leitor é convidado a percorrer um fluxo de muitas vozes, no qual é tão difícil quanto fascinante discernir o que é dado real e o que é ficção.
Lucchesi tira partido da metalinguagem: o livro é aberto por uma nota de um suposto revisor, que critica o autor. Logo depois dela, vemos uma carta de Ignácio Augusto para Adriano Ferreira, um de seus desafetos. Este documento, que não se sabe se realidade ou ficção, tem a assinatura fac-similada do bibliotecário, pesquisada por Lucchesi em documentos da Biblioteca Nacional e do Museu Imperial de Petrópolis. O narrador de O bibliotecário do imperador só entra em cena depois destas duas intervenções. Ele avisa ao leitor que precisa percorrer um “labirinto de cartas e insultos” para contar sua história e chega a discutir com os personagens ao longo dos capítulos. Tudo é montado para que não se perceba exatamente quem está falando ou em quem se pode confiar, exatamente como ocorria nos tempos de transição entre o Império e a República, época em que vive o bibliotecário Ignácio Augusto.
A obra de Jorge Luis Borges, com labirintos espelhando livros e cidades, é uma das pistas bibliófilas deixadas por Lucchesi. Unamuno, Pirandello e o próprio Machado de Assis também aparecem ao longo das páginas. Figura controvertida, quase anônima e nada épica, Ignácio Augusto é apresentado por Lucchesi como um herói pouco comum, já que é ele quem procura dar destino nobre para a vasta biblioteca que dom Pedro II deixa aqui antes de partir para o exílio na Europa. Ignácio é um protagonista que tem como pano de fundo uma trama apoiada em uma espécie de “vocabulário” presente em edições e bibliotecas – a figura do revisor, as fichas catalográficas, os ex-libris, a conversa do narrador com seus leitores. Elementos que são transformados em personagens nesta trama sobre homens e livros.
O autor
Marco Lucchesi (Rio de Janeiro, 1963) é escritor, poeta, tradutor e membro da Academia Brasileira de Letras. Publicou, entre outros livros, O dom do crime, Bizâncio e A sombra do amado, este último vencedor do Prêmio Jabuti. É professor da UFRJ e da Fiocruz. O bibliotecário do imperador é seu segundo romance.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

MARK TWAIN


Descrição do livro

Tom Sawyer é uma criança livre, frenética, ávida pelo novo. Para viver uma aventura, é capaz de criar mentiras mirabolantes e sustentá-las para encobrir seus erros. Nesta obra somos testemunhas de um amadurecimento, com todas as dores e alegrias que estão guardadas no caminho do personagem. Não à toa, Mark Twain resgatou suas próprias lembranças e escreveu este clássico baseado na sua realidade de infância e nas pessoas que conheceu. As aventuras de Tom Sawyer (1876) é um resumo do cotidiano do norte-americano do século XIX; as mentalidades predominantes e as leis que regiam a vida na época estão escancaradas nessa história.


Descrição do livro

O Estranho Misterioso – Se suas obras mais conhecidas — As aventuras de Tom Sawyer (1876) e Huckleberry Finn (1884) — conservam aquele estilo de prosa humorística, o mesmo já não se pode dizer de O estranho misterioso, que ele escreveu no fim da vida e que só foi publicado em 1916.
Mais do que um romance de aventuras e totalmente diferente de suas obras “juvenis” e “humoristas”, O estranho misterioso é um livro da maturidade, universalista, uma perturbadora indagação sobre a natureza do ser humano.
Neste livro, Mark Twain nos leva para a Idade Média, numa pequena aldeia adormecida e apartada do mundo, onde surge um “estranho misterioso” que desafia a ordem estabelecida e se mostra capaz de realizar magias e proezas, ler mentes, ver passado e futuro, tornar-se invisível e mudar o destino das pessoas.


Descrição do livro

Para se livrar do pai bêbado e violento, Huckleberry Finn, amigo de Tom Sawyer, se refugia em uma pequena ilha do rio Mississippi, onde se alia com Jim, um escravo fugido. Em busca de liberdade, a inusitada dupla se lança numa viagem pelo leito do rio, às margens da sociedade pré-Guerra Civil.


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ANA MARIA MACHADO


Descrição do livro

A Audácia dessa Mulher – Como num jogo de caixas que se abrem e revelam outras caixinhas, vão surgindo ao longo do texto novos enredos, sempre com personagens marcantes e vivos. É o dono do restaurante que coleciona receitas, a autora de livros de viagens, o bancário que não quer que a noiva trabalhe, o aprendiz de roteirista, o analista de sistemas que trabalha com meninos de favela, o diretor de televisão que faz das pessoas seus ratinhos de laboratório e muito mais.


Descrisão do livro
Contos, de Ana Maria Machado apresenta aqui quatro textos curtos inéditos. Em comum, eles tratam de relações familiares: um pai e um filho se reencontram com o passado num restaurante no Canadá; uma filha tenta convencer o pai a aceitar seu casamento com um homem casado anteriormente; uma avó conta histórias para os netos.


ADÉLIA PRADO


Descrição do livro

BAGAGEM, primeiro livro de Adélia Prado, mostra em suas páginas o talento que faria da escritora uma das mais aclamadas poetisas da literatura brasileira, com um estilo que contrasta a leveza das palavras com a força dos sentimentos. Os poemas, no entanto, percorreram longo caminho antes que pudessem ser apreciados pelo público. Mesmo escrevendo sonetos desde os 14 anos, a severa autocrítica da autora afastou os leitores desses textos repletos de entusiasmo e descoberta pela criação literária. “Tudo que eu escrevi até Bagagem não tem nenhum valor literário. São coisas que têm importância para mim, afetiva, de um bom tempo de minha vida”, explica. Publicado originalmente em 1976, BAGAGEM foi lido e recebido com empolgação por Carlos Drummond de Andrade, um dos entusiastas da obra de Adélia e que indicou sua publicação. O livro traz textos repletos de emoções que, para a autora, são inseparáveis da criação, ainda que nascidas, muitas vezes, do sofrimento. O sentido de religiosidade também está presente em grande parte dos poemas, retratando parte da realidade da vida no interior do Brasil. Muitas vezes, Adélia opta por expor conflitos entre o sagrado e o profano, observados a partir de coisas simples da natureza ou até mesmo da leitura de um texto religioso. Os poemas de BAGAGEM nasceram de um período em que Adélia escrevia incessantemente. “Os poemas praticamente irromperam, apareceram cargas e sobrecargas de poemas. Eu escrevia muito nesse período”, confessa a autora. Apesar de muitos e variados, abordando temas tão diversos quanto o amor carnal, o amor divino, a vocação do poeta, as cores e as dores da vida, os textos possuem uma unidade, uma fala peculiar. “Entre outros títulos que me ocorreram, Bagagem era o que resumia, para mim, aquilo que não posso deixar ou esquecer em casa. A própria poesia”, finaliza Adélia.poe

Descrição do livro

Quero minha mãe traz uma narrativa fragmentada, com pequenos instantes recortados da vida e da consciência da personagem. Cada pedaço ou momento apresenta uma perspectiva nova da protagonista, por meio de uma linguagem que entremeia o cotidiano, a subjetividade da personagem e os fatos narrados.

Descrição do livro

“Na cama larga e fresca um apetite de desespero no meu corpo. Uivo entre duas mós. Uivo o quê? A mão de Deus que me mói e me larga na treva. Na boca de barro, barro. Quando era jovem pedia cruz e ladrões pra guarnecer meus flancos. Deus era fora de mim. Hoje peço ao homem deitado do meu lado: me deixa encostar em você pra ver se eu durmo.”


segunda-feira, 18 de junho de 2018

MIA COUTO



Descrição do livro


Numa pequena cidade do Moçambique colonial a violência sustenta um mundo dividido – o dos naturais, em baixo, e, sobre ele, o peso do opressor. De súbito, lá longe, na capital do Império, a terra treme, o pilar da sustentação abate-se, e na pequena cidade colonial o efeito é catastrófico. Das profundezas ergue-se o novo mundo. Do velho salvar-se-á alguém?

Descrição do livro


O romance é narrado pelo carpinteiro Ermelindo Mucanga, que morreu às vésperas da Independência, quando trabalhava nas obras de restauro da Fortaleza de S. Nicolau, onde funciona um asilo para velhos. Ele é um “xipoco”, um fantasma que vive numa cova sob a árvore de frangipani na varanda da fortaleza colonial. As autoridades do país querem transformar Mucanga em herói nacional, mas ele pretende, ao contrário, morrer definitivamente. Para tanto, precisa “remorrer”. Então, seguindo conselho de seu pangolim (uma espécie de tamanduá africano), encarna no inspetor de polícia Izidine Naíta, que está a caminho da Fortaleza para investigar a morte do diretor. Mais de vinte anos depois da independência de Moçambique, quando a guerra civil já arrefeceu, a Fortaleza é um lugar em que convergem heranças, memórias e contradições de um país novo e ao mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. Da sua varanda se pode enxergar o horizonte. O romance de Mia Couto esboça, assim, uma saída utópica para um país em reconstrução

Descriçao do livro

 Antes de nascer o mundo – Jesusalém, ermo encravado na savana, em Moçambique, abriga cinco almas apartadas das gentes e cidades do mundo. Ali, ensaiam um arremedo de vida – Silvestre e seus dois filhos, Mwanito e Ntunzi, mais o Tio Aproximado e o serviçal Zacaria. O passado para eles é pura negação recortada em torno da figura da mãe morta em circunstâncias misteriosas. E o futuro se afigura inexistente. Silvestre afança aos filhos e ao criado que o mundo acabou e que a mulher – qualquer mulher – é a desgraça dos homens. Mas um belo dia os donos do mundo voltarão para reivindicar a terra de Jesusalém. E não só isso – uma bela mulher também virá para agitar a inércia dos dias solitários daqueles homens.


Descriçao do livro

Mia Couto é um escritor moçambicano, que revela nesta obra, extrema sensibilidade e percepção do sofrimento humano, da discriminação e da cultura afro. Amiúde, vai revelando ao leitor um perfil do tio Geguê.
O autor toca o leitor com insights como este: “História de um homem é sempre mal contada. Porque a pessoa é, em todo o tempo, ainda nascente. Ninguém segue uma única vida, todos se multiplicam em diversos e transmutáveis homens”

Descrição do livro
Do universo de Mia Couto nasce este Mar me Quer, estória de Zeca e Luarmina. Das viagens pela infância, do contacto com o mar, de regressos ao passado se constrói uma narrativa singular.
Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a falecer. – Levanta, ó dono das preguiças. É o mando de minha vizinha, a mulata Dona Luarmina. Eu respondo: -Preguiçoso? Eu ando é a embranquecer as palmas das mãos. -Conversa de malandro… – Sabe uma coisa, Dona Luarmina? O trabalho é que escureceu o pobre do preto. E, afora isso, eu só presto é para viver… Ela ri com aquele modo apagado dela. A gorda Luarmina sorri só para dar rosto à tristeza. – Você, Zeca Perpétuo, até parece mulher… – Mulher, eu? – Sim, mulher é que senta em esteira. Você é o único homem que eu vi sentar na esteira. – Que quer vizinha? Cadeira não dá jeito para dormir. Ela se afasta, pesada como pelicano, abanando a cabeça. Minha vizinha reclama não haver homem com miolo tão miúdo como eu. Diz que nunca viu pescador deixar escapar tanta maré:
– Mas você, Zeca: é que nem faz ideia da vida. – A vida, Dona Luarmina? A vida é tão simples que ninguém a entende. É como dizia meu avô Celestiano sobre pensarmos Deus ou não Deus…
Além disso, pensar traz muita pedra e pouco caminho. Por isso eu, um reformado do mar o que me resta fazer? Dispensado de pescar, me dispenso de pensar. Aprendi nos muitos anos de pescaria: o tempo anda por ondas. A gente tem é que ficar levezinho e sempre apanha boleia numa dessas ondeações. – Não é verdade, Dona Luarmina? A senhora sabe essas línguas da nossa gente. Me diga, minha Dona: qual é a palavra para dizer futuro? Sim, como se diz futuro? Não se diz, na língua deste lugar de África. Sim, porque futuro é uma coisa que existindo nunca chega a haver. Então eu me suficiento do actual presente. E basta. – Só eu quero é ser um homem bom, Dona. – Você é mas é um aldrabom.
500_9789722113748_mar_me_querA gorda mulata não quer amolecer conversa. E tem razão, sendo minha vizinha desde há tanto. Ela chegou ao bairro depois da morte de meus pais, quando herdei a velha casa da família. Nessa altura, eu ainda pescava em longas viagens, semanas de ausência nos bancos de Sofala. Nem notava a existência de Luarmina. Também ela, logo que desembarcou, se internou na Missão, em estágio para freira. Ficou enclausurada nessas penumbras onde se murmura conversa com Deus. Só uns anos mais tarde ela saiu dessa reclusão. E se instalou na casa que os padres lhe destinaram, bem junto à minha morada. Luarmina costureirava, era seu sustento. Nos primeiros tempos, ela continuava sem se dar às vistas. Só as mulheres que entravam em seus domínios é que lhe davam conta. No resto, me chegavam apenas os perfumes de sua sombra. Um dia o padre Nunes me falou de Luarmina, seus brumosos passados. O pai era um grego, um desses pescadores que arrumou rede em costas de Moçambique, do lado de 1á da baía de S. Vicente. Já se antigamentara há muito. A mãe morreu pouco tempo depois. Dizem que de desgosto. Não devido da viuvez, mas por causa da beleza da filha. Ao que parece, Luarmina endoidava os homens graúdos que abutreavam em redor da casa. A senhora maldizia a perfeição de sua filha. Diz-se que, enlouquecida, certa noite intentou de golpear o rosto de Luarmina. Só para a esfeiar e, assim, afastar os candidatos.
Depois da morte da mãe, enviaram Luarmina para o lado de cá, para ela se amoldar na Missão, entregue a reza e crucifixo. Havia que arrumar a moça por fora, engomá-la por dentro. E foi assim que ela se dedicou a linhas, agulhas e dedais. Até se transferir para sua actual moradia, nos arredores de minha existência.
Só bem depois de me retirar das pescarias é que dei por mim a encostar desejos na vizinha. Comecei por cartas, mensagens à distância. À custa de minhas insistências namoradeiras Luarmina já aprendera as mil defesas. Ela sempre me desfazia os favores, negando-se. – Me deixa sossegada, Zeca. Não vê que eu já não desengomo lençol? – Que ideia, Dona vizinha? Quem lhe disse que eu tinha essa intenção? Todavia, ela tem razão. Minhas visitas são para lhe caçar um descuido na existência beliscar-lhe uma ternura. Só sonho sempre o mesmo: me embrulhar com ela, arrastado por essa grande onda que nos faz inexistir. Ela resiste, mas eu volto sempre ao lugar dela. – Dona Luarmina, o que é isso? Parece ficou mesmo freira. Um dia, quando o amor lhe chegar, você nem o vai reconhecer… – Deixe-me, Zeca. Eu sou velha, só preciso é um ombro.
Confirmando esse atestado de inutensílio, ela esfrega os joelhos como se fossem eles os culpados do seu cansaço. As pernas dela da maneira como incham, dificultam as vias do sangue. Lhe icebergam os pés, a gente toca e são blocos de gelo. E ela sempre se queixa. Um dia aproveitei para me oferecer: – Quer que lhe aqueça os pés? Arrepiando expectativa, ela até aceitou. Até eu fiquei assim, meio desfisgado, o coração atropelando o peito. – Me aquece, Zeca? – Sim, aqueço mas… pela parte de dentro.
Excerto do livro “Mar Me Quer“, de Mia Couto (Editorial Caminho)
«Meu passado me pesa: minha infância morreu cedo, eu tive que carregar esse peso morto em minha vida. Aos seis anos tomei lugar de meu avô no barco, dois anos depois meu pai perdia o juízo e saía de casa, cego e louco. Minha mãe, antes de morrer, me entregou na igreja. O padre português Jacinto Nunes me educou em preceito de Deus e livro. Mas eu queria regressar ao mar e cedo troquei livro por rede. Sempre entregando muito, recebendo pouco. Meu avô Celestiano culpava meu pai dessa má sorte.

Descrição do livro

Primeiro livro da trilogia As areias do Imperador, Mulheres de cinzas é um romance histórico sobre a época em que o sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, o último grande líder do Estado de Gaza. Em fins do século XIX, o sargento português Germano de Melo foi enviado ao vilarejo de Nkokolani para participar da batalha contra o imperador que ameaçava o domínio colonial. Lá, ele encontra Imani, uma garota local de quinze anos que lhe servirá de intérprete. Enquanto um dos irmãos da menina lutava pela coroa de Portugal, o outro se uniu aos guerreiros tribais. Aos poucos, Germano e Imani se envolvem, apesar de todas as diferenças entre seus mundos. Porém, num país assombrado pela guerra dos homens, a única saída para uma mulher é passar desapercebida, como se fosse feita de sombras ou de cinzas.


Descrição do livro 


“A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas .” São sempre tantas as missangas. É assim que o donjuanesco personagem do conto O fio e as missangas define a sua existência. Fazendo jus a essa delicada metáfora, cada uma das 29 histórias aqui agrupadas alia sua carga poética singular à forma abrangente do livro como um todo vale dizer, ao colar em questão. Com um texto de intensidade ficcional e condensação formal raras na literatura contemporânea, Mia Couto demora-se em lirismos que a sua maestria de ourives da língua consegue extrair de uma escrita simples, calcada em grande parte na fala do homem da sua terra, Moçambique, um pouco à maneira de Guimarães Rosa, ídolo confesso do autor.
A brevidade das pequenas tramas e sua aparente desimportância épica estão focadas na contemplação de situações, de personagens, ou de simples estados de espírito plenos de significados implícitos, procedimento típico da poesia. Os neologismos do autor, a que os leitores já se habituaram, para além de mera experimentação formalista revelam-se chaves fundamentais de interpretação da leitura. Não por acaso, a maioria dos contos de O fio das missangas adentram com fina sensibilidade o universo feminino, dando voz e tessitura a almas condenadas à não-existência, ao esquecimento. Como objetos descartados, uma vez esgotado seu valor de uso, as mulheres são aqui equiparadas ora a uma saia velha, ora a um cesto de comida, ora, justamente, a um fio de missangas. Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida, diz a narradora de uma dessas belíssimas missangas literárias.

Descrição do livro


Este novo romance do moçambicano Mia Couto faz um retrato poético, alegórico e também crítico da Moçambique contemporânea. A imagem de uma santa católica que encanta e perturba todos os que dela se aproximam é o centro de uma trama dividida em dois momentos históricos, ligados por questões étnicas, religiosas e de destino familiar.
Num deles, o jesuíta Gonçalo da Silveira parte de Goa, na Índia, em 1560, com a missão de converter ao cristianismo o imperador do Reino do Ouro, ou Monomotapa, situado na região fronteiriça entre os atuais Zimbábue e Moçambique. Segue com ele uma imagem de Nossa Senhora, a que os escravos da nau portuguesa chamam de Kianda, uma divindade das águas, e os africanos tratam por Nzuzu, a rainha das águas doces. As relações de sincretismo religioso e choque cultural entre portugueses, indianos e africanos conduzem ao segundo momento histórico.
Em 2002, dez anos depois dos acordos de paz entre governo e forças rebeldes, Moçambique é um país em recuperação. Um pastor e sua mulher, Mwadia Malunga, encontram a imagem de Nossa Senhora nas margens de um rio da pequena localidade de Antigamente. O curandeiro do lugar diz que eles conspurcaram o espírito do rio e correm grande perigo. Mwadia decide então voltar a Vila Longe, onde deixara a família, para abrigar a estátua.

Descrição do livro
Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal.
Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.
 Descrição do livro

O estudante universitário Marianinho volta à ilha de Luar-do-Chão depois de anos de ausência. Seu retorno é um imperativo: ele fora incumbido de comandar as cerimônias fúnebres do avô Dito Mariano, de quem recebera o mesmo nome. Neto favorito do patriarca, o rapaz chega à ilha e se vê no centro de uma série de intrigas e de segredos familiares, que envolvem seu pai, Fulano Malta, a avó Dulcineusa, os tios Abstinêncio, Ultímio e Admirança, e também as nebulosas circunstâncias em torno da morte de sua mãe, Mariavilhosa.


Marianinho logo descobre que o falecimento do avô permanece estranhamente incompleto e esconde desígnios que escapam à força dos homens – como tudo nessa enigmática Luar-do Chão.
O moçambicano Mia Couto é um dos mais importantes autores africanos de hoje. Neste romance, a situação de conflito entre a deriva da África pós- colonial e o arraigamento das tradições ganha retrato exemplar numa saga familiar poética e fantástica.
Descrição do livro 


Em ‘A confissão da leoa’, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam. Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente. O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia.
Descrição do livro
Em doze pequenos contos, um rol de personagens esfarrapados e alheios ao palco principal dos acontecimentos narra, de seu ponto de vista marginal, histórias que flertam com o mágico e com o absurdo sem, no entanto, desviar-se completamente do plano factual. Em ‘As baleias de Quissico’, Jossias aguarda a chegada de um animal marinho de cuja boca, acredita, brotará ‘amendoim, carne, azeite de oliva e bacalhau’. Mas como saber se o animal existe, se ele jamais viu uma baleia? O enorme monstro que aporta sem ser visto pode ser tanto o misterioso ‘peixe grande’ como um submarino carregado de armamentos ilegais. Jossias prefere acreditar no sonho e, como ele, outros personagens de ‘Vozes Anoitecidas’ encontram mais razão na fantasia que na lógica da guerra e da privação. Ao promover uma espécie de vertigem, sob efeito da qual não se pode afirmar se uma narrativa é absurda ou se absurda é a realidade de que ela trata, o autor apresenta a perplexidade como ponto de partida para o fazer literário.

Descrição do livro

Bartolomeu Sozinho é um velho mecânico naval moçambicano, aposentado do trabalho, mas não dos sonhos ardentes e dos pesadelos ressentidos que elabora em seu escuro quarto de doente terminal. Ele é atendido em domicílio por Sidónio Rosa,
médico português.
A narrativa entrelaça a vida de Bartolomeu, de sua rancorosa mulher, Munda, da ausente e quase mitológica Deolinda, filha do casal, do dedicado Doutor “Sidonho”, bem como de Suacelência, o suarento e corrupto administrador de Vila Cacimba,
um lugarejo imerso em poeira e cacimbas (neblinas) enganadoras. São vidas feitas de mentiras e ilusões que tornam difícil diferenciar o sonho da realidade.
Aparentemente,Sidónio veio de Lisboa para curar a vila de uma epidemia. Mas é o amor pela desaparecida Deolinda, por quem se apaixonara em Lisboa, que impulsiona seus passos mais íntimos. Quando Deolinda voltou para sua terra natal, Sidónio viu-se teleguiado pelo sonho de reencontrá-la. Mas Vila Cacimba não é o lugar do médico, nem poderá ser jamais.
Descrição do livro

Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe. Quando chegou à dobra do horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro com as duas mãos, com mil cuidados. O planeta era leve como uma baloa.
Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. O mar se encrispou, o barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar cobriram o areal. A menina se pôs a andar ao contrário em todas as direcções, para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e chamou:
— Pai!
Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra. Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água sangrava? O sangue se aguava? E foi assim. Essa foi uma vez.
Descrição do livro


Mia Couto selecionou 38 textos, publicados originalmente em jornais e revistas ao longo dos últimos anos, para esta coletânea que chamou de Na berma de nenhuma estrada. Nestes contos, cada novo encontro com a sua escrita significa uma viagem que não queremos ver terminar. A intensidade das personagens, a multiplicidade de registros em que as várias tramas ocorrem, o universo do fantástico e do sobrenatural coexistindo em perfeita sintonia com o cotidiano da tradição, da cultura e da vivência; a capacidade de fabulação e a oralidade sonora da palavra escrita são encantatórias e misteriosas. Compõem esta seleta contos como “Fosforescências”, “O fazedor de luzes” e “Os amores de Alminha”.


Descrição do livro
Estórias Abensonhadas – Este livro apresenta ao leitor o imaginário moçambicano. São histórias sobre o renascer do país, depois da assinatura do Acordo de Paz. Reúne contos, alguns já publicados em jornal. Na obra se reconhece o trabalho de recriação da linguagem, o aproveitamento literário da fala popular moçambicana e o exercício da poesia.
Descrição do livro

 E se Obama fosse africano? reúne o que Mia Couto chama de “interinvenções”, neologismo que expressa bem o sentido destes artigos, quase todos transcrições de palestras proferidas pelo autor em eventos na África, na Europa e no Brasil. Neles, o autor aborda de modo corajoso e criativo os principais impasses da África contemporânea. Temas como a corrupção, o autoritarismo, a ignorância, os ódios raciais e religiosos, mas também a riqueza da tradição oral e das culturas locais, o vigor artístico, as relações complexas entre o português e as línguas nativas, a influência de Jorge Amado e Guimarães Rosa sobre a literatura luso-africana, tudo isso é tratado com rigor intelectual, imaginação poética e humor por um dos maiores escritores de nossa época. Longe do discurso árido dos acadêmicos e da retórica demagógica dos políticos, o autor, que é também biólogo, passeia pelos assuntos com habilidade de ficcionista, entremeando os dados objetivos de sua análise a lembranças pessoais e referências literárias, numa prosa calorosa e envolvente. Nesses exercícios de militância intelectual, o autor mostra que a inteligência crítica e a fantasia poética são fortes aliadas para a compreensão e a transformação do mundo.


Descrição do livro

Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra
civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-
1975), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992.
O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que
abriga os “cadernos de Kindzu”, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente:
a viagem de Tuahir e Muidinga e, em flashback,o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais,
abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra.
“Terra Sonâmbula” – considerado por júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras – é um romance em abismo, escrito numa prosa poética que remete a Guimarães Rosa.
Couto se vale também de recursos do realismo mágico e da arte narrativa tradicional africana para compor esta bela
fábula.

Descrição do livro

Os dezessete contos desta antologia foram escritos em fases distintas da carreira do escritor Mia Couto e compõem um panorama surpreendente do universo infantil em Moçambique. Acostumados a reconhecer nos povos africanos a violência e a miséria, o leitor encontrará nessa seleção uma delicadeza que não se vê nos relatos oficiais. As histórias selecionadas mostram a complexidade que move as relações familiares, a orfandade em um país que viveu por anos em guerra, a realidade das crianças submetidas ao trabalho infantil e os resquícios da luta pela independência. Mia Couto é um prosador bastante sensível às complexidades da vida e um escritor que constrói as narrativas inspiradas na linguagem oral, revelando a sua influência e admiração pelo nosso Guimarães Rosa, sem contar a presença do fantástico e do religioso em suas histórias

EU SOU MALALA

  MALALA YOUSAFZAI Descrição do livro Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-...